Quando criança, desenhava muito e coloria. Acreditava que seria pintora. Aos 16 anos, pintava quadros a óleo e vendia alguns. Mais tarde, quando passei em segundo lugar no vestibular da Escola de Artes da UFRGS, convenci meus pais a me apoiarem para que morasse em Porto Alegre. Pintava e desenhava sempre. Mas no cursinho pré-vestibular tive contato com a cerâmica. Daí deu-se o encontro que continua me encantando até hoje.

Faço cerâmica há 50 anos e continuo aprendendo e amando fazer. Suas transformações, desde a formação da argila que emerge da rocha feldspática, me estimulam a participar dos processos que formam essa massa cerâmica à qual posso dar a forma que quiser. Nesse processo, participam os 4 elementos que constituem o universo: Terra, Água, Ar e Fogo. E para que a forma criada permaneça tão resistente e duradoura como a rocha mãe, ela é submetida a uma queima de no mínimo 1000 graus de calor.

Trabalho e aprendo cerâmica desde 1967, ano em que entrei na Escola de Artes da UFRGS. Em São Paulo, fiz um curso de Cerâmica Industrial. Em Florianópolis, administrei cursos de Cerâmica no Estúdio de Artes por alguns anos. Havia pouco conhecimento sobre cerâmica e artes em geral.

Em 1980, iniciei um longo período de exposições em Florianópolis. Tive algumas premiações em Salões de Cerâmica de Porto Alegre. Vendia meus trabalhos em galerias de arte como Design Incomum, Arte Fato e Galeria Singular. Em Santa Cruz, fiz várias exposições no Centro de Cultura Francisco J. Frantz, na Casa das Artes Regina Simonis e em outros espaços. A partir de 1998, dei cursos de cerâmica coordenados pelo Setor Artístico e Cultural da Unisc. Atualmente dou aulas em minha casa. Meu trabalho é a cerâmica, que me mantém viva e produzindo com alegria e suor neste universo da terra, água e calor intenso que finaliza o processo.